Entendendo a terminologia correta: quando usar seguro garantia ou seguro-garantia

Quando a fala é sobre garantias em contratos, especialmente no âmbito de licitações públicas, obras, serviços e adiantamentos, surgem dúvidas sobre qual termo usar: seguro garantia ou seguro-garantia. A presença de dois nomes tão parecidos alimenta confusão entre gestores, advogados, corretores e tomadores de decisão. Ao longo deste texto, vamos esclarecer a diferença entre os dois nomes, explicar como eles são empregados na prática e apresentar orientações simples para que você saiba qual grafia adotar conforme o contexto. O objetivo é tornar a leitura mais clara e evitar ambiguidades contratuais que possam atrasar ou complicar processos.

O que é o seguro garantia

O seguro garantia é uma modalidade de seguro emitida por uma seguradora com o objetivo de assegurar o cumprimento de obrigações assumidas pelo tomador diante de terceiros, sem a necessidade de bloquear ou imobilizar recursos financeiros em fiança tradicional. Em termos práticos, a seguradora se compromete a pagar ao beneficiário o valor da garantia caso o tomador não cumpra as condições previstas no contrato. Esse mecanismo é amplamente utilizado para assegurar contratos com a Administração Pública, licitações, obras de infraestrutura, fornecimentos e serviços, bem como para garantias judiciais e administrativas.

Seguro garantia ou seguro‑garantia: qual o termo correto?

Um aspecto essencial é entender o papel do seguro garantia como uma garantia de cumprir obrigações contratuais. Em licitações, por exemplo, ele substitui a fiança bancária tradicional: em vez de o concorrente deixar uma caução em dinheiro, ele contrata o seguro garantia e a seguradora é responsável pelo pagamento ao órgão público, caso o contrato não seja executado conforme o previsto. Já em contratos de execução, o seguro garantia oferece ao contratante um mecanismo de proteção para a fiel execução de obra ou serviço, sem a necessidade de imobilizar capital próprio.

O que é o seguro-garantia

O termo seguro-garantia é utilizado, com maior frequência, para designar a mesma categoria de produto descrita acima, mas com a conotação de um conceito único e integrado: o seguro que fornece uma garantia. Em muitos materiais técnicos, contratos e comunicações institucionais, a grafia com hífen funciona como uma marcação de que se trata de um produto específico, cuja função é garantir o cumprimento de obrigações contratuais por meio de uma apólice de seguro. Assim, o seguro-garantia é apresentado como um conjunto de garantias oferecidas pela seguradora para assegurar o desempenho esperado pelo beneficiário.

Essa forma de grafia costuma aparecer em catálogos de produtos, textos técnicos, manuais de contratos e em materiais de comunicação das seguradoras. A ideia central é representar, de maneira sintética, que o seguro atua como garantidor de obrigações — ou seja, é “garantia proveniente de seguro” — e, por isso, a marcação com hífen ajuda a sinalizar esse vínculo entre seguro e garantia em uma única expressão.

Terminologia na prática: como ler, interpretar e aplicar o termo certo

Na prática, não há uma norma única que dite que “seguro garantia” está errado ou que “seguro-garantia” é a forma correta em todos os contextos. O que se observa no mercado é uma convivência de ambas as grafias, com preferência por cada uma dependendo do público e do objetivo do texto. Algumas diretrizes úteis para orientar a escolha entre as duas formas:

  • A grafia com hífen (seguro-garantia) é comum em materiais técnicos, catálogos de seguradoras e em comunicações que buscam sinalizar a natureza integrada do produto;
  • A expressão sem hífen (seguro garantia) aparece com frequência em textos mais descritivos, em documentos internos, em conversas informais entre interlocutores do setor ou em conteúdos que não utilizam branding específico;
  • Para fins legais e contratuais, o mais importante é manter consistência no documento. Opte por uma grafia e mantenha-a ao longo de todo o texto para evitar ambiguidades;
  • Em termos de clareza, especialmente para pessoas que não atuam diariamente no mercado de seguros, pode ser mais didático usar as expressões separadas “seguro de garantia” ou apenas “garantia” quando o foco for o benefício para o beneficiário, desde que o contexto seja bem explicado.

Em síntese, o termo correto pode depender do contexto, da preferência institucional e do objetivo comunicacional. O que importa, porém, é a compreensão de que ambos se referem a um mecanismo de proteção que substitui fianças ou garantias bancárias, assegurando o cumprimento de obrigações contratuais mediante a atuação de uma seguradora.

Principais tipos de seguro garantia

Existem diferentes categorias de seguro garantia, cada uma com aplicações específicas no mundo dos contratos e da gestão de riscos. Abaixo apresentamos os principais tipos de uso, para que você entenda onde cada um se aplica e quais são as situações de maior relevância:

  • Garantia de licitação: assegura que o licitante, caso seja vencedor, cumprirá as obrigações previstas no contrato, conforme condições da proposta apresentada;
  • Garantia de execução de contrato (obra ou serviço): sustenta a obrigação de concluir a obra ou serviço contratado, de acordo com os termos do edital ou do contrato, protegendo o contratante contra atrasos, falhas ou não conformidades;
  • Garantia de adiantamento de pagamento: assegura o retorno ou a devolução de recursos em caso de não cumprimento das obrigações, quando o contratado recebe adiantamentos para iniciar a obra ou serviço;
  • Garantias judiciais e administrativas: cobrem encaminhamentos legais, decisões judiciais, cumprimento de decisões administrativas ou garantias exigidas em processos judiciais para manutenção de direitos.

Essas categorias representam as frentes mais comuns onde o seguro garantia atua como mecanismo de proteção e redução de risco para tomadores e beneficiários. Em cada caso, a seguradora define as condições de cobertura, o prazo da apólice, o valor garantido e as circunstâncias que podem justificar o acionamento da garantia. É fundamental alinhar essas informações com o que está previsto no edital, no contrato ou no requerimento de garantia, para evitar conflitos de interpretação.

Como escolher o termo certo para cada contexto: guia rápido

Para quem está elaborando documentos, acompanhar o vocabulário adequado ajuda a transmitir profissionalismo e reduzir dúvidas entre partes. Seguem orientações simples para escolher entre as grafias e formatos mais adequados ao seu contexto:

  • Contexto técnico ou regulatório: prefira o termo “seguro-garantia” (com hífen) quando a ideia é enfatizar a fusão entre o seguro e a função de garantia.
  • Texto descritivo ou institucional: utilize “seguro de garantia” ou apenas “garantia” quando o objetivo for explicar o mecanismo de proteção em termos claros para leigos.
  • Documentos legais ou contratuais: mantenha consistência. Se o documento já usa “seguro-garantia” (marca ou formato institucional), continue com a mesma grafia ao longo de todo o texto.
  • Branding e comunicação de marca: observe o uso da seguradora. Muitas empresas adotam uma grafia específica em seus materiais. Leve isso em conta para manter coerência com a identidade institucional.

Além da grafia, vale reforçar que o aspecto central é a compreensão de que o seguro garantia funciona como uma garantia para o cumprimento de obrigações contratuais, sem que a Administração Pública precise recorrer a garantias financeiras tradicionais. A escolha entre uma expressão ou outra deve acompanhar a clareza da mensagem para o público-alvo, mantendo a consistência textual.

Cuidados com grafia e leitura

A correta grafia contribui para a transparência da documentação e para a previsibilidade de custos e responsabilidades. Em materiais de leitura mais técnica, a expressão com hífen pode sinalizar imediatamente a ideia de um único produto com função de garantia, reduzindo distorções de leitura. Em textos virados para o público geral, a expressão separada pode facilitar a compreensão, desde que o contexto seja suficientemente explicado.

Confundir os termos pode gerar interpretações equivocadas em contratos de licitação, obras e garantias contratuais. Seguro-garantia é a grafia mais comum em textos técnicos; já “seguro garantia” aparece com mais frequência em comunicações informais. A consistência na escolha da grafia ao longo do documento é essencial para evitar dúvidas e impactos operacionais.

Benefícios e limitações do seguro garantia

Como qualquer ferramenta de gestão de risco, o seguro garantia traz vantagens significativas, mas também exige atenção a alguns limites. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Redução do fluxo de caixa: evita bloqueio de recursos financeiros como garantia, liberando capital para outras atividades;
  • Flexibilidade de uso: permite substituir fianças bancárias em diversos contratos com a Administração Pública e em contratos privados com garantias equivalentes;
  • Agilidade em processos licitatórios: facilita a participação de empresas que não dispunham de grande crédito junto a bancos;
  • Segurança jurídica: a apólice é válida até o limite de cobertura contratado, com condições definidas no contrato de seguro e no edital, o que confere previsibilidade para ambas as partes.

Entre as limitações, vale considerar:

  • Custos de seguro: as seguradoras cobram prêmio que deve ser compatível com o valor da garantia e o nível de risco;
  • Processos de análise de risco: para atender a determinados contratos, é necessário passar por avaliação de crédito, experiência de mercado e capacidade técnica;
  • Limites de cobertura: a apólice tem um teto, que precisa ser compatível com o valor da obrigação garantida;
  • Restrições contratuais: alguns contratos exigem garantias específicas ou termos adicionais que precisam constar na apólice.

Por isso, escolher o seguro garantia adequado envolve avaliar não apenas o custo, mas também a robustez da garantia, o tempo de validade da apólice, as condições de acionamento e as exclusões previstas. Quando bem alinhado, o seguro garantia é um instrumento poderoso para viabilizar negócios que envolvem compromissos relevantes com terceiros e com a lei.

Exemplos práticos de utilização

Para ilustrar, seguem cenários comuns onde o seguro garantia é empregado, com foco na prática cotidiana dos gestores e das equipes técnicas:

Exemplo 1: uma empresa participa de uma licitação para construção de uma ponte. Em vez de oferecer uma fiança bancaria, a empresa apresenta uma apólice de seguro garantia. Caso o contrato seja celebrado e a obra seja iniciada, o seguro se mantém ativo para assegurar a execução conforme o cronograma, a qualidade e as especificações técnicas previstas no contrato.

Exemplo 2: uma empresa que recebeu adiantamento para iniciar um projeto de infraestrutura precisa entregar garantias para assegurar a devolução de parte do valor, caso haja descumprimento de cláusulas contratuais. O seguro garantia entra como mecanismo de proteção para o beneficiário, reduzindo o risco de inadimplência.

Exemplo 3: em contratos administrativos, o órgão público pode exigir garantias adicionais para obras de grande porte ou serviços críticos. O seguro garantia, nesse caso, atua como uma garantia complementar àquelas exigidas pela legislação, proporcionando maior tranquilidade para o cumprimento das obrigações.

Exemplo 4: decisões judiciais e requerimentos administrativos em processos que exigem garantias de comportamento ou cumprimento de obrigações legais. Nesses casos, o seguro garantia pode ser utilizado para assegurar que as partes cumpram as determinações judiciais, com respaldo de uma apólice válida.

Convergência entre termos e prática de mercado

A adoção de uma grafia sobre a outra depende do público-alvo, da documentação administrativa e da estratégia de comunicação da empresa. O mais importante é alinhar as expectativas entre as partes envolvidas, garantir que a garantia oferecida cobrindo o cumprimento de obrigações esteja descrita com clareza e que os prazos, valores e condições estejam definidos de forma inequívoca no edital ou no contrato. Em ambientes onde a precisão terminológica é crítica, como em manuais técnicos, catálogos de produtos ou materiais de compliance, a forma hiphenada (seguro-garantia) costuma ser preferida. Em materiais mais didáticos ou introdutórios, a grafia simples (seguro garantia) pode facilitar a compreensão do conceito para quem está iniciando no tema.

Independente da grafia escolhida, vale lembrar que a assessoria de profissionais especializados, como corretores certificados e equipes de compliance, é fundamental para interpretar as exigências contratuais, adaptar a apólice às necessidades específicas de cada projeto e adequar a linguagem à norma interna da empresa.

Ao planejar a contratação, vale mapear o tipo de garantia necessária, o prazo de vigência, o valor coberto, as condições de acionamento e as exclusões da apólice. O objetivo é ter uma solução que garanta o cumprimento das obrigações, ao mesmo tempo em que oferece custo-benefício adequado e flexibilidade para ajustes operacionais ao longo do projeto.

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