Conheça as Coberturas Essenciais do Seguro de Risco de Engenharia para Obras e Projetos
Ao planejar obras e grandes montagens, a gestão de riscos não é opcional: é fundamental para proteger orçamento, cronograma e reputação da empresa. O seguro de risco de engenharia é o instrumento utilizado para amparar situações de dano durante a construção, montagem, instalação e comissionamento de empreendimentos. Neste artigo, vamos destrinchar as coberturas mais comuns oferecidas nesse tipo de apólice, explicar como cada uma funciona na prática e apontar boas práticas para escolher o conjunto de coberturas que melhor atende ao seu projeto.
O que cobre o seguro de risco de engenharia?
O seguro de risco de engenharia é elaborado para obras de construção e montagem de equipamentos e instalações, abrangendo danos diretos à obra e a materiais envolvidos, bem como responsabilidades e impactos no cronograma. Em termos práticos, ele atua como guarda-chuva para riscos inerentes ao andamento de um projeto: imprevistos com intempéries, acidentes com equipamentos, falhas humanas durante a execução e outras eventualidades que possam comprometer a integridade física das estruturas, o andamento da obra e a segurança do entorno. Além disso, muitos contratos exigem esse tipo de cobertura para atestar a continuidade do empreendimento ou para cumprir requisitos de garantia de entrega.

Entender o alcance dessas coberturas é essencial para evitar lacunas que elevem custos ou causem atrasos. Em muitos cenários, o seguro de risco de engenharia é contratado por obras de grande porte, como planta industrial, infraestrutura de transportes, empreendimentos imobiliários de grande escala e operações de montagem de equipamentos pesados. Nesses casos, a apólice funciona como proteção para o investidor, o empreendedor e a equipe técnica, assegurando que danos relevantes não interrompam o cronograma ou comprometam o orçamento previamente estimado.
Principais Coberturas Disponíveis
Ao analisar uma apólice de risco de engenharia, é comum deparar-se com quatro grandes blocos de cobertura. Abaixo, descrevemos cada um deles para que você entenda o que está protegendo e como pode ser aplicado no seu projeto.
- Danos materiais à obra, materiais de construção e estruturas em execução: cobre danos diretos à obra em construção, aos insumos, peças, componentes, moldes, estruturas temporárias e aos elementos que compõem a montagem durante a execução do projeto.
- Danos a equipamentos de uso na obra e itens de montagem temporários: abrange danos a maquinário, ferramentas, veículos e equipamentos alugados ou contratados para a obra, bem como itens temporários colocados no local durante a montagem.
- Responsabilidade civil por danos a terceiros decorrentes da atividade de construção: protege a empresa contratante e, em alguns casos, seus subcontratados contra pedidos de indenização por danos causados a pessoas ou bens de terceiros durante a execução do projeto.
- Atrasos na conclusão (perdas financeiras por paralisação/atraso): cobre, até limites acordados, prejuízos gerados pelo atraso na entrega da obra ou pela paralisação temporária que afete o cronograma, incluindo custos adicionais com mão de obra, logística e encargos diretos do projeto.
É comum que as apólices permitam combinações flexíveis entre essas coberturas, com ajustes de limites por item, franquias e expansões para atender necessidades específicas do projeto. Ao escolher, tenha em mente que a proteção precisa acompanhar o risco real do empreendimento, evitando lacunas que gerem impactos financeiros significativos.
Como funciona a definição de limites, franquias e coberturas adicionais
Definir limites adequados é um passo crucial. O valor segurado deve refletir o custo total da obra em cada etapa, incluindo materiais, mão de obra especializada, montagem e itens de contingência. Além disso, as franquias representam a parcela de risco que fica sob responsabilidade da contratante antes da seguradora entrar com a cobertura. Franquias mais altas costumam reduzir o prêmio, mas aumentam o custo efetivo em caso de sinistro. Por isso, é comum negociar com o corretor para equilibrar prêmio e exposição de risco.
Algumas apólices permitem estender a cobertura para situações específicas, como danos ocorridos no transporte de materiais até o canteiro, ou danos a obras de pequena mobilização que sejam parte integrante do projeto. A flexibilidade existe para que cada obra tenha uma combinação de coberturas alinhada ao seu risco particular. A dica é avaliar com cuidado o que está incluído na extensão “transporte”, “mão de obra temporária” e “perda de ganhos” para evitar surpresas no faturamento final. Nessa linha, o acompanhamento periódico do projeto durante a vigência da apólice é fundamental para ajustar os limites conforme o andamento da obra.
Exclusões comuns e cuidados na proposta
Como em qualquer seguro, existem situações que normalmente não são cobertas automaticamente pelo risco de engenharia. Entre as exclusões mais frequentes estão: danos decorrentes de guerras, atos de terrorismo, motins, explosões associadas a atividades criminosas fora do controle do contratante, catástrofes naturais que não estejam expressamente cobertas pela apólice, falhas de projeto não decorrentes de erro de construção, desgaste natural de componentes com o tempo e danos causados pela falta de manutenção ou por uso inadequado de equipamentos. Além disso, danos causados por dolo ou negligência grave, ou por violação de normas técnicas, costumam ficar fora da cobertura, a menos que haja cláusula específica de extensão. É fundamental ler com atenção as inclusões e exclusões para alinhar as expectativas entre contratante, seguradora e corretor.
Outro cuidado importante é manter o inventário de materiais, o cronograma de obra e os custos atualizados durante a vigência da apólice. Qualquer alteração significativa no projeto, aditivo contratual ou mudança de fornecedor pode impactar o valor segurado e a percepção de risco. Por isso, manter a comunicação com o corretor e com a seguradora é peça-chave para evitar sub ou superavaliação do risco.
Como dimensionar as coberturas para o seu projeto
Dimensionar corretamente as coberturas envolve entender o escopo da obra, seus custos diretos e indiretos, e o impacto de potenciais interrupções. Uma abordagem prática para dimensionar envolve os seguintes passos:
- Levantamento do valor da obra: estimar o custo total de construção, incluindo materiais, mão de obra, equipamentos e montagem; inclua também os custos indiretos ligados à coordenação do projeto, administração, seguros de terceiros e encargos logísticos.
- Identificação de itens de alto valor e de alto risco: maquinário pesado, equipamentos sensíveis, itens de montagem que dependem de terceiros, e estruturas que demandam etapas críticas de construção.
- Definição de limites por item: para cada grupo de cobertura, estabeleça limites compatíveis com o valor recuperável em caso de sinistro, evitando lacunas que comprometam a continuidade do projeto.
- Consideração de custos indiretos e perdas de lucros: avalie a necessidade de cobrir paralisação, atraso ou interrupção de obra, que podem gerar custos adicionais significativos para o empreendedor.
- Escolha de franquias compatíveis: fracionar o risco com franquias adequadas ao orçamento do projeto ajuda a equilibrar prêmio e exposição; franquias mais altas reduzem o valor do prêmio, porém aumentam o desembolso em caso de sinistro.
- Avaliação de extensões específicas: dependendo do projeto, pode ser útil incluir coberturas adicionais, como danos por transporte de materiais entre canteiro e fornecedor, ou danos a bens de terceiros durante operações de montagem.
Sempre vale a reflexão de que a apólice deve espelhar não apenas o custo atual da obra, mas também a sua criticidade: projetos com cronogramas curtos, interfaces com terceiros, ou atividades de montagem que exigem interrupções mínimas demandam proteções mais robustas para manter o cronograma intacto. Conheça as Coberturas Essenciais do Seguro de Risco de Engenharia para Obras e Projetos
