Entenda quais seguros costumam não exigir franquia e como isso impacta o custo
A franquia é um mecanismo presente em muitos contratos de seguro que determina o quanto o segurado suporta de custo em caso de sinistro. Em linhas gerais, funciona como um valor que você paga antes de a cobertura entrar em ação. Em alguns ramos, a cobrança da franquia é quase obrigatória; em outros, existem opções sem franquia ou com franquia reduzida. Compreender quando a franquia aparece, qual o seu impacto no prêmio e quais seguros costumam trabalhar sem franquia é fundamental para quem busca previsibilidade financeira e tranquilidade diante de imprevistos. Este artigo traz uma visão educativa sobre o tema, com foco em práticas comuns no mercado brasileiro e orientações para quem avalia contratar ou renovar uma apólice.
O que é franquia e como funciona
Franquia é a franquia de sinistro, isto é, o valor que o segurado paga do próprio bolso para acionar a cobertura após a ocorrência de um dano que esteja coberto pela apólice. A regra básica é simples: você paga a franquia e a seguradora cobre o restante, dentro dos limites da cobertura contratada. Existem variações importantes:

- Franquia fixa: um valor único aplicado a cada sinistro, independentemente do dano.
- Franquia percentual: um percentual sobre o valor do dano ou sobre o valor da indenização, definido na apólice.
- Franquia zero: opção em que não há o desembolso inicial pelo segurado; geralmente, o prêmio tende a ser mais alto.
- Coparticipação: modelo diferente da franquia, em que o segurado paga parte dos serviços, muitas vezes em consultas ou exames, em vez de um desembolso único por sinistro.
O efeito da franquia pode parecer pequeno à primeira vista, mas, ao longo de vários sinistros ou em eventos de grande monta, a diferença entre pagar ou não franquia pode impactar significativamente o custo total da proteção. Por isso, ao comparar propostas, é essencial observar não apenas o valor do prêmio, mas também o impacto da franquia no custo efetivo do seguro em diferentes cenários. Um exemplo prático ajuda a entender: se uma apólice de automóvel oferece cobertura para danos ao veículo com franquia de R$ 2.000, e o dano é de R$ 7.000, a indenização da seguradora seria de R$ 5.000 (7.000 menos 2.000). Se o dano for de apenas R$ 1.500, em muitos casos a seguradora não paga, pois a franquia já cobre o suficiente para o dano menor. Em contrapartida, uma apólice sem franquia cobraria o prêmio com valor diferente, mas a indenização seria integral ou menos dependente do dano inicial.
Além disso, é comum que a existência ou não da franquia varie conforme o ramo de seguro. Riscos com maior probabilidade de sinistros frequentes ou de maior valor agregado costumam ter a franquia como um instrumento de equilíbrio de custos para a seguradora. Já em outras modalidades, especialmente aquelas voltadas à proteção de pessoas ou a serviços de assistência, a estrutura de cobrança pode não envolver franquia, ou pode oferecer opções com franquia muito baixas para quem busca proteger a renda, a família ou as viagens com mais tranquilidade.
Quais seguros costumam não exigir franquia
É comum observar padrões diferentes entre ramos. Em linhas gerais, os seguros que lidam com pessoas ou com despesas médicas associadas a viagens tendem a apresentar menor ou nenhuma franquia, enquanto seguros de bens (veículos, imóveis, equipamentos) costumam trabalhar com franquia para equilibrar o prêmio. Abaixo, descrevo de forma direta como costuma funcionar em alguns ramos:
Seguro de vida: na prática, costuma não ter franquia. O pagamento do benefício é feito ao atingirem-se as condições previstas (falecimento, invalidez ou doenças graves, conforme o contrato). A lógica é proteger o bem mais precioso: a vida e a integridade financeira da família, sem o atrito de um desembolso inicial pelo sinistro.
Seguro de acidentes pessoais: também geralmente não envolve franquia. Esse tipo de seguro busca indenizar em eventos acidentais que resultem em invalidez, sequelas ou morte. A ausência de franquia facilita o recebimento do benefício de forma direta, sem necessidade de demonstrar ou justificar o desembolso prévio pelo sinistro.
Seguro viagem com cobertura médica internacional: na prática, muitos planos de viagem não utilizam franquia para serviços médicos. Em vez disso, o contrato pode prever coparticipação para alguns serviços ou limites de cobertura, mas a ideia central é facilitar o acesso a assistência médica no exterior sem exigir um pagamento inicial específico para cada evento. Vale ficar atento a itens como despesas com hospitalização, consultas, exames e repatriação; cada um pode ter regras distintas dentro da apólice.
Alguns seguros de proteção financeira/parcerias com instituições de crédito ou “seguro para empréstimos” também oferecem opções sem franquia para determinados componentes do contrato, especialmente quando o objetivo é blindar o devedor contra inadimplência por eventos cobertos. Nesses casos, o foco é manter a continuidade da proteção sem custos adicionais que dificultem o pagamento das parcelas.
Importante destacar que, mesmo nos ramos onde a regra costuma ser não ter franquia, existem situações específicas em que a seguradora pode estabelecer franquia ou coparticipação para certos itens ou coberturas opcionais. Por isso, a leitura cuidadosa da apólice é essencial para não ter surpresas no momento do sinistro. Da mesma forma, é comum que haja opções de franquia zero disponíveis mediante um prêmio mais alto, o que leva ao tema central deste artigo: o custo-benefício da escolha entre franquia ou franquia zero.
Franquia zero versus prêmio: como comparar de forma prática
Quando a seguradora oferece a opção de franquia zero, o objetivo é trazer maior previsibilidade para o segurado. Sem franquia, você evita desembolsos adicionais no momento de acionar a cobertura. Entretanto, essa tranquilidade geralmente vem acompanhada de um prêmio mensal ou anual mais alto. Para decidir entre ter ou não franquia, vale observar alguns fatores práticos:
1) Seu histórico de sinistros: se você já esteve envolvido em vários sinistros nos últimos anos, a opção sem franquia pode compensar a tranquilidade de não desembolsar valores adicionais por cada evento.
2) O tipo de bem segurado e o risco envolvido: bens de maior valor ou com maior probabilidade de dano tendem a justificar o custo de uma franquia menor ou zero, para evitar surpresas financeiras com reparos ou substituição.
3) A frequência de uso da proteção: em seguros de viagem ou saúde que você utiliza com frequência, pode fazer sentido optar pela franquia zero para evitar desembolso recorrente em cada atendimento ou serviço coberto.
4) O orçamento disponível: o custo total da proteção envolve o prêmio e o custo potencial da franquia. Em alguns casos, pagar uma franquia menor pode ser suficiente para manter a proteção e o orçamento equilibrados.
Para facilitar a compreensão, a GT Seguros recomenda a leitura detalhada das condições da apólice, com especial atenção às cláusulas relacionadas à franquia, limites de cobertura, rede credenciada e exceções de cobertura. Em alguns casos, a diferença de prêmio entre franquia zero e franquia tradicional pode ser substituída por um ajuste na cobertura de itens específicos, mantendo o equilíbrio entre custo e proteção.
Veja a seguir uma visão rápida de como diferentes ramos costumam lidar com a franquia, para fins de comparação entre propostas:
| Tipo de seguro | Franquia típica | Observações |
|---|---|---|
| Seguro de automóvel | Com franquia ou opção sem franquia (franquia zero) | Principal segmento com variações de prêmio conforme a franquia escolhida; impacto direto na indenização em caso de sinistro. |
| Seguro residencial | Pode ter franquia para danos específicos ou para coberturas complementar | Depende do valor segurado, do tipo de dano e do conteúdo coberto. |
| Seguro de vida | Geralmente sem franquia | Pagamento do benefício permanece independentemente de eventos de sinistro, dentro das regras da apólice. |
| Seguro viagem com cobertura médica |
