Proteção de ativos alugados: por que o seguro é essencial para locadoras de equipamentos
As locadoras de equipamentos enfrentam uma combinação de riscos inerentes à atividade: avarias durante a operação, acidentes envolvendo terceiros, perdas por roubo ou extravio, além de impactos financeiros causados pela indisponibilidade de itens. Nesse cenário, um seguro bem estruturado funciona como uma rede de proteção que reduz a exposição a prejuízos significativos, facilita a manutenção de contratos com clientes e preserva a rentabilidade da empresa. A solução ideal não é simplesmente uma cobertura genérica, mas um conjunto de proteções ajustadas ao tipo de frota, aos setores atendidos (construção, eventos, indústria, agronegócio, entre outros) e aos processos de locação, transporte, montagem e uso pelo cliente.
Para locadoras, o desafio é equilibrar custo com proteção. Este recurso reduz perdas e facilita a gestão de sinistros sem interromper operações.

Panorama do setor de locação de equipamentos
O mercado de locação de equipamentos vem ganhando espaço em diferentes setores da economia. Máquinas pesadas para construção, equipamentos para eventos, ferramentas portáteis, geradores, sistemas de iluminação, itens de TI transportáveis e veículos utilitários compõem uma frota que pode variar do pequeno alocador regional a grandes operações com atuação nacional. Com a evolução da tecnologia, há ainda a demanda por equipamentos cada vez mais conectados, sensores, automação e soluções móveis que exigem atenção especial na hora de estimar riscos, definições de responsabilidade e segurança operacional. Em muitos contratos, o locatário exige que o provedor de equipamentos disponibilize não apenas o item em si, mas também a proteção necessária para a utilização sob as condições previstas no contrato de locação. Da mesma forma, clientes de maior porte podem exigir que o locador demonstre controles de risco, políticas de manutenção e procedimentos de gestão de sinistros. Tudo isso faz com que a gestão de riscos, aliada a uma cobertura de seguro adequada, seja um diferencial competitivo para locadoras.
Além da proteção aos ativos, as locadoras precisam considerar impactos indiretos, como interrupção de negócios, custos de substituição rápida de itens, tempo de resposta a sinistros e custos administrativos associados à gestão de contratos e cobranças. Em muitos cenários, a seguradora pode oferecer serviços adicionais, como consultoria de risco, programas de monitoramento de frota, suporte na verificação de segurança de equipamentos e uma linha de atendimento para sinistros 24 horas. Esses recursos ajudam a minimizar o tempo de inatividade e a manter a reputação da locadora junto aos clientes.
Principais coberturas para locadoras
Ao planejar uma apólice para equipamentos alugados, é essencial contemplar coberturas que cubram não apenas o ativo físico, mas também aspectos operacionais e de responsabilidade. Abaixo estão quatro itens-chave que costumam compor a base de uma solução para locadoras de equipamentos:
- Danos físicos ao equipamento (danos acidentais): cobre avarias, quebras e danos resultantes de acidentes durante o uso, o transporte entre locações ou a montagem no local do cliente. A cobertura pode ser por item ou por frotas, com limites definidos e franquias que variam conforme o tipo de equipamento.
- Roubo e furto (com ou sem restrição de uso): protege contra roubo, furto simples ou qualificado, bem como danos decorrentes de tentativa de roubo. Em operações onde a frota fica armazenada em locais externos ou em trânsito, esse componente é essencial e pode exigir dispositivos de segurança, rastreamento e controle de acesso.
- Responsabilidade civil locatária (RC): cobre danos materiais ou lesões corporais causados a terceiros em decorrência da operação ou utilização dos equipamentos alugados. Essa proteção é relevante quando o equipamento está em uso no canteiro de obras, eventos ou instalações de clientes.
- Perda de aluguel (lucros cessantes) causada pela indisponibilidade de equipamentos
- Observação: para fins de clareza, alguns contratos podem consolidar “perda de aluguel” ou “lucros cessantes” como uma extensão da cobertura de danos ao equipamento ou como uma cobertura separada de referenciamento específico. A escolha depende do perfil da frota, do ciclo de locações e das penalidades contratuais aplicáveis aos clientes.
Quando se pensa em coberturas, vale considerar também a possibilidade de adicionais que complementam a proteção básica, como assistência 24h, reposição de itens, manutenção programada e serviços de ginástica de frotas. A soma dessas proteções pode reduzir significativamente o tempo de inatividade e acelerar a retomada das operações após um sinistro.
Riscos específicos enfrentados pelas locadoras
Locadoras lidam com uma gama de riscos que merecem atenção especial na hora de estruturar a apólice. Entre os mais relevantes, destacam-se:
– Transporte e logística: muitos contratos envolvem o transporte de equipamentos entre obras, eventos ou clientes. Danos durante o trajeto, avarias por manuseio inadequado, ou colisões com terceiros podem gerar custos substanciais. Além disso, a montagem e a desmontagem no local de uso aumentam as oportunidades de dano, exigindo cobertura específica para transporte e instalação.
– Uso por terceiros: ao alugar equipamentos para diferentes clientes, a empresa passa a depender da responsabilidade dos usuários. Falhas operacionais, falta de treinamento, uso indevido ou abuso de equipamentos podem resultar em danos que não seriam previsíveis no momento da locação. A RC ajuda a cobrir parte dos prejuízos decorrentes de danos a terceiros, mas a gestão de risco, com orientações de uso e treinamento dos clientes, é fundamental para reduzir incidentes.
– Variação no valor dos ativos: equipamentos de diferentes naturezas (pequenos instrumentos, geradores, plataformas elevatórias, maquinários pesados) possuem valores e vidas úteis distintas. A apólice deve refletir esses níveis de risco por item, com critérios de depreciação, revalorização automática ou reposição conforme os termos contratados. A falta de ajuste de valores pode levar a indenizações insuficientes ou a custos inesperados na substituição.
– Roubo, furto e danos durante o armazenamento: itens que ficam em áreas abertas, em galpões ou em locais com segurança menos rigorosa apresentam maior probabilidade de incidentes. O uso de dispositivos de rastreamento, alarmes, câmeras e controle de acesso pode não apenas reduzir o risco, mas também influenciar positivamente as condições da apólice, com prêmios mais competitivos ou franquias menores.
– Responsabilidade ambiental e danos a terceiros: em operações com máquinas de grande porte, derramamentos de óleo, vazamentos ou colisões podem impactar áreas próximas, gerando cobranças adicionais de limpeza ou reparos. Coberturas específicas para responsabilidade ambiental ou para danos a infraestrutura pública podem ser necessárias em determinados setores, como construção civil ou eventos de grande porte.
– Catástrofes naturais e eventos extremos: enchentes, tempestades, granizo ou incêndios podem impactar não apenas a frota, mas também instalações de armazenagem. A integração de extensões por geografia ou por tipos de risco tem ganhado espaço, principalmente para locadoras que atuam em múltiplas regiões ou países.
Como estruturar a apólice para equipamentos alugados
A construção de uma apólice para equipamentos alugados deve partir de uma compreensão clara da frota, dos contratos com clientes e dos riscos operacionais. Abaixo estão diretrizes para orientar o processo de definição de coberturas, limites e condições:
1) Inventário detalhado e classificação por valor: liste todos os itens da frota, atribua valores atuais de reposição ou de custo de aquisição, e categorize por tipo de equipamento (pequeno, imobiliário, pesado, tecnológico). Essa classificação facilita a definição de limites por item e por grupo, bem como a aplicação de franquias proporcionais ao risco.
2) Limites e franquias proporcionais: estabeleça limites de indenização por item (ou por grupo) que reflitam o valor de reposição do equipamento e o impacto financeiro de um sinistro. Franquias podem ser aplicadas para danos físicos ou para roubo, ajudando a reduzir o custo da apólice, desde que calibradas para não prejudicar a viabilidade de substituição rápida.
3) Coberturas integradas com responsabilidade civil: a RC é essencial para eventos em que o equipamento possa causar danos a terceiros. Defina limites de cobertura compatíveis com o perfil dos clientes atendidos (obras de construção, eventos com grande
